quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Construção civil é o setor com o maior número de acidentes de trabalho.


Apesar dos esforços de conscientização para a necessidade de disciplina nas medidas de segurança, 2009 não foi um ano positivo para a construção civil de Teresina quando o assunto são os acidentes. De acordo com dados do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, cinco acidentes com morte foram registrados este ano, sendo dois por queda, um por eletrocução, um por soterramento e um acidente de trajeto, números só alcançados antes no ano de 2002. Os acidentes de trajeto, aliás, são os mais frequentes. Quem está acostumado a ver trabalhadores da construção civil deslocando-se até as obras em suas próprias bicicletas, correndo o risco de atropelamentos, talvez não perceba o cenário denunciado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Construção Civil, Raimundo Nonato Ibiapina. De acordo com ele, se os patrões cumprissem todas as obrigações trabalhistas, esse risco seria menor. “Na verdade, os patrões recusam-se a fornecer os vales-transportes, desrespeitando um ponto previsto em lei. Por conta disso, os operários têm de ir até a obra de bicicleta, expondo-se ao risco de acidentes, pois temos pouquíssimas ciclovias na cidade”, denunciou Ibiapina, ressaltando os esforços da equipe de fiscalização do Sindicato, que atua nas obras em nome da segurança no trabalho, exigindo o uso dos EPI (Equipamento de Proteção Individual) e dos EPC (Equipamento de Proteção Coletivo). “É importante seguir todos os procedimentos de segurança, pois não adianta utilizar o equipamento de forma errada”, lembrou. Ibiapina alertou ainda para o fato de que muitas das empresas sequer fornecem os EPI para seus trabalhadores, expondo-os a uma condição de perigo. “Observamos algumas empresas que, além de oferecer os equipamentos necessários, buscam cuidar da saúde dos funcionários, promovendo sessões de alongamento no horário do café da manhã, por exemplo. Porém, a grande maioria não tem os devidos cuidados com as normas de segurança, apesar de este ponto ser uma obrigação das próprias empresas”. O Sindicato promove constantemente simpósio e reuniões abordando a questão da segurança, inclusive com a exibição de vídeos educativos, chamando a atenção para a filosofia da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e para o que determina a Norma Regulamentadora nº 18, que dispõe sobre as condições de segurança e saúde no trabalho. “Fazemos visitas periódicas às obras, e contamos também com o trabalho dos diretores de base, que ficam permanentemente nesses ambientes”, explicou o presidente da entidade.

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